domingo, 26 de fevereiro de 2012

Faltou sal em Mirai Nikki



            Sinceramente não consigo entender o porque das pessoas gostarem tanto do anime Mirai Nikki... Comecei a ver com boas expectativas, mas só me decepciono. A cada episódio é uma fodagem nova, a Yuno (que deveria mudar o nome para Chuck Norris) é praticamente invencível. O Yuki... preciso nem comentar né?! Dá um show de masculinidade a cada episódio... (Sim, sintam a ironia fluir a bom gosto).


                 A estória do anime não é lá das mais criativas, mas é cativante. Os shows de loucura a bom gosto dão uma temperada em algo que poderia ser muito bom, mas que é no mínimo morno, isso quando os episódios fluem de forma menos forçada. É como se estivessem empurrando a estória garganta adentro sem ao menos te dar o direito de mastigar.
              
                 Minhas maiores críticas são na verdade ao fato do Yuki ainda querer ficar perto da stalker louca varrida, sem noção, bipolar e esquizofrênica Yuno (os adjetivos dados a ela são todos redundantes, mas ela merece que sejam repetidos por nomes diferentes). Claro que eu sei que do Yuki não se deve esperar nada, ele só quer saber de salvar a própria pele e quando pensa em ajudar os outros, acaba metendo sua perseguidora no “plano brilhante” arriscando a vida dela também (não que ela reclame por isso), além disso existe o fato dele ser um bebê chorão, froxo, tosco que só chora e se desespera, mas mesmo com todas essas adjacências ele ainda assim não devia ficar perto dela depois do acontecimento nos episódios 13/14. Quando eu penso que ele vai virar macho e vai literalmente mandar ela pro inferno, ele corre com o rabinho entre as pernas na primeira situação de perigo eminente. Não que eu não me divirta, ao contrário, eu dou boas gargalhadas com a falta de virilidade dele, mas chegou em um ponto que cansei... ou ele acaba com essa situação ou vai se afundar mais ainda nas garras dela....

Yuki exalando testosterona.


Whatever, não vou deixar de ver o anime, até porque se vi 15 episódios não vou parar agora. Todavia, espero sinceramente que o anime mude de rumo e me surpreenda... Vou começar a ler o mangá, o que me parece ser bem melhor do que a animação. É isso, volto a comentar quando ele acabar. See Ya.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

AMVs que valem a pena

Sou muito apaixonada por AMVs (Anime Music Video) e por MMVs (mangá music video), todas as vezes em que penso em ver um anime, a primeira coisa que faço é dar uma checada nos vídeos e ver algumas imagens para saber se me interessam. O que começa com apenas uma visualização, logo se expande para 15 janelas abertas e não para, fico meio viciada e não consigo mais parar. É por isso que pensando em um desses dias de azilada no youtube, achei que seria legal trazer para vocês alguns dos bons. Sei que não terá espaço para nem metade, logo pretendo fazer mais posts semelhantes a esse. ENJOY :D

            Galera, obviamente, se nós pegamos imagens dos animes, elas contém spoilers, entããããão, se você não gosta, aconselho a não dar PLAY.


Death Note

Bakemonogatari

Soul Eater

Mahou Shoujo Madoka Magica


Fate Stay Night

Berserk

Steins;Gate

Rosario + Vampire

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Análise Mahou Shoujo Madoka Magica



            Recentemente saiu a lista dos animes mais tristes e Mahou Shoujo era o primeiro. Na lista constavam animes como School Days e Kimi Ga Nozomu Eien. Eu, sendo fã de drama e finais tristes, resolvi ler a respeito e ver sobre o que se tratava. Olhando friamente o desenho e as imagens que me vieram em uma simples pesquisa ao Google, odiei o traço, já parecia aquele típico anime de garotas fofinhas que falam que nem criança e são tímidas a ponto de gaguejar a cada 4 palavras de 5 em uma frase, todavia, ao ler um pouco mais sobre a estória, tive uma surpresa boa: maioria das pessoas que comentavam sobre o anime disseram que a aparência das imagens de entrada e até mesmo das garotas não revelavam em nada a sua essência, e que o mesmo era regado de sangue e morte. Conseguiu minha atenção novamente! Um anime com sangue e drama é tudo o que vejo de melhor. Resolvi baixar.

          “- Não há salvação para essa alguém, uma vez que ela se tornou uma garota mágica. Fazer o contrato significa desistir de tudo que você tem por aquele único desejo.
            - Então você desistiu de si mesma e de todas as outras garotas?”

Esse é um simples diálogo entre Hamura e Kaname e fala em 1 minuto a narrativa do anime. Então a partir de agora, aviso que se você não gosta de ler spoiler, pare por aqui e só volte quando tiver visto o anime, ao contrário, leia por conta e risco.




Desde o primeiro capítulo o que mais me chamou a atenção foi o cenário psicodélico/bizarro, em um instante é monocromático cheio de vidros e espaço vazio, no outro instante é um show de cores mobiliado que misturam dança, pintura, música e cadeiras. Porque meu querido amigo, nunca vi bizarrice em cadeiras até ver esse anime, são muitos modelos diferentes para todos os gostos... Em alguns momentos, eu quase deixei o anime mudo e liguei Pink Floyd no rádio, seria com toda a certeza a trilha sonora perfeita. Se eu soubesse fazer AMV e estivesse a fim de fazer um, cortaria todas as passagens de “caça as bruxas” desse anime e soltaria uma música ao estilo de  dark side of the moon.

Tidas as primeiras impressões e um pouco entediada com o ritmo do anime, eis que ele começa a acelerar e mostrar diálogos mais “cativantes”, além de denunciar os primeiros desvios de caráter. É aí que se encontram minhas primeiras observações.

Primeira: Quem diabos confiaria em alguém chamado Kyubey??? A grafia pode até ser diferente, mas Naruto já ensinou bastante a respeito.

Segunda: Não consegui deixar de notar o tom masoquista das palavras do pai de Kaname quando ele diz :”Há muitas coisas que são dolorosas e feias, mas o sentimento de satisfação que você ganha no fim do dia é o que é importante”. Culpa da tradução ou não, essa frase gritou non sense e me causou ainda mais curiosidade.




A partir daí, o thriller foi pegando forma e a agonia se fez, após a primeira morte peguei gosto e não consegui mais parar. Comecei a me questionar furos entre as passagens... Se o que eles buscavam era algo que precisasse de energia, o que de fato seria energia?De que seria feito o mundo?Se a existência das mahou shoujo é em prol da busca da troca equivalente, quando suas almas são tomadas o que é dado em troca? Suas existências não supriam espaços vazios para que houvesse equilíbrio?! Assisti ansiosa o desenrolar, esperando a hora em que minhas duvidas seriam extintas... Entretanto elas não foram. O anime se perdeu no final, ao invés de dar respostas condizentes, ele nos bombardeou de mais perguntas e morreu na praia.

Terminei o último episódio com a sensação de tempo perdido. Fiquei em frente ao computador com a boca aberta dizendo WHAT THE FUCK?? E acredite minha indignação não é pelo simples fato dela ter saído da personificação rumo à onipotência divida, não mesmo! É muito mais que isso! Ela mexeu com o passado - e olha que nem precisamos ser bruxos para sabermos que a regra mais simples de se mexer com o passado é estarmos preparados para as conseqüências do presente/futuro – e o mundo continuou IGUAL, isso mesmo senhoras e senhores, a realidade continuou a mesma com uma pequena licença poética para o fato de a família dela nunca tê-la tido, e como se fosse pouco, nem ao menos se deram ao trabalho de explicar o que foi feito de todas as vidas já tiradas das antigas mahou shoujo. Capítulos antes, a boneca do cão, Kyubey havia dito que eram elas quem mantinham a humanidade e que se elas não existissem (inclusive o fato de suas posteriores transformações em bruxas) a humanidade ainda estaria na Idade Média. Então, pode explicar que droga de final foi esse??




Revoltas a parte, afirmo que a melhor coisa do anime foi ter visto o pai da Kaname ser o dono de casa enquanto a mãe dela era a provedora do lar, nenhuma das bizarrices legais e psicoledices fofas vão apagar a frustração em meu coração, muito embora o visual tenha me cativado. É um anime legal, mas deixa muitas lacunas, ainda assim é um bom passatempo.

Aí vai um AMV bem legal que achei no Youtube.


 

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

A Balada de Mulan



                Desde criança sou apaixonada por esse filme, na época o simples fato de Mulan (orquídia) ir à guerra e voltar com um príncipe incrivelmente lindo já satisfazia a todas as minhas expectativas para com o filme, mas depois de tanto tempo minha admiração só aumenta, percebo hoje os ensinamentos e o contexto histórico envolvido, tendo uma maior noção do real perigo a que Mulan se expôs.
                 
                A história se passa em 450 d.C, em uma sociedade patriarcal, feudal e de recém construção da Grande Muralha da China. Mulan, assim como as mulheres da época começa o filme se preparando para apresentar-se à casamenteira, onde logo de cara é criticada pela sua magreza e falta de refinamento, juntando os objetos de comédia onde a protagonista toca fogo na casamenteira e provoca riso em adultos e crianças, nota-se a predisposição das mulheres aos afazeres domésticos. São todas criadas para bem servirem seus maridos, submissas, elas dedicam suas vidas a servidão. 


                Porém, como dizia Luísa Marilac, Mulan resolveu fazer diferente, inconformada com a convocação do, já velho, pai, a protagonista vai à guerra em seu lugar e lá prova o valor feminino na igualdade. Vista como homem por todos, ganha reconhecimento e torna-se um verdadeiro soldado, salvando assim, a vida de toda a tropa.
                 
                O que se vê em Mulan, é um conto feminista em meio a tanto machismo, assim como se vê amor, lealdade e piedade filial. Todavia, o conto de fadas narrado e dirigido pela Disney é apenas uma adaptação com bastante licença poética. Poucos sabem, mas a história da menina que vai a guerra para substituir o pai é uma antiga cantiga folclórica chinesa cantada com naturalidade às crianças desde meados do século XII.



                 Contrariando a realidade em que vivem, as crianças chinesas crescem ouvindo a estória de garra de Mulan enquanto convivem com a realidade das Gueixas. Contradições a parte, a China mudou, seus costumes mudaram e embora ainda seja uma sociedade machista (assim como vemos em praticamente todo o mundo), guarda um baú milenar de cultura e literatura, herança de dar inveja ao Ocidente.



A Balada de Mulan
1.    A convocação

Um suspiro e outro suspiro,
Mulan tece de fronte à porta.
Não se ouve o som da lançadeira,
Não se ouvem os suspiros da filha.
Perguntam o que está no seu coração,
Perguntam o que está no seu pensamento,
“Não há nada em meu coração,
Não há nada em minha mente.
Noite passada eu vi os anúncios para o recrutamento,
O Khan está convocando muitas tropas,
A lista do exército está escrita em doze rolos,
Em todos eles aparece o nome do meu pai.

2. O aprestamento

Meu pai não tem nenhum filho crescido,
Mulan não tem nenhum irmão mais velho.
(Então) eu irei comprar uma sela e um cavalo,
E servirei o exército no lugar de meu pai.”
No mercado leste ela comprou um cavalo de porte,
No mercado oeste ela comprou uma boa sela,
No mercado sul ela comprou um bom freio,
No mercado norte ela comprou um longo chicote.

3. Mulan deixa sua casa e sua família

Ao amanhecer ela deixou seu pai e sua mãe,
Ao anoitecer ela chegou ao acampamento nos bancos do rio Amarelo.
Ela já não ouve mais o chamado de seu pai e sua mãe,
Ela ouve apenas o rumor da corrente do rio Amarelo.
Ao amanhecer ela deixa o rio Amarelo,
Ao anoitecer ela chega à montanha Hei.
Ela já não ouve o chamado de seu pai e sua mãe,
Ela ouve apenas o relinchar dos cavalos nômades do monte Yen.

4. A marcha da guerra

Ela avançou dez mil milhas por causa da guerra,
Ela passou voando por desfiladeiros e montanhas
As rajadas do vento norte traziam o rufar do metal,
As luzes frias brilhavam nas armaduras de ferro.
Generais pereceram numa centena de batalhas,
Soldados enrijecidos retornaram após dez anos.

5. Mulan declina das honras militares

Ao retornar ela vê o imperador,
Ele estava sentado numa sala suntuosa.
O imperador concedeu promoções em doze categorias,
E premiou centenas de milhares.
O Khan perguntou o que ela desejava.
“Mulan não tem interesse em postos oficiais.
Eu desejo apenas uma montaria veloz
Que me leve de volta ao lar.”

6. Mulan retorna para sua casa e sua família

Quando o pai e a mãe ouvem que a filha está voltando
Dirigem-se para fora dos muros da casa, apoiando-se um no outro.
Quando a irmã mais velha ouve que a irmã mais nova está voltando
arruma a maquiagem e coloca-se defronte à porta.
Quando o irmão mais novo ouve que a irmã mais nova está voltando
afia sua faca e prepara o leitão e o cordeiro.

7. Mulan revela o seu segredo

“Eu abro a porta do quarto leste,
E sento-me na minha cama na sala oeste,
Eu tiro minha armadura de guerra
E visto meus trajes de antigamente.”
Defronte ao espelho ela penteia seus cabelos de nuvem,
Segurando o espelho, ela enfeita-se com flores
Ela abre a porta e se apresenta diante dos seus companheiros
Eles ficam todos surpresos e perplexos.
Pois viajaram juntos por doze anos
E não sabiam que Mulan era uma garota

8. Moral da história

“As patas do coelho pulam mais,
Os olhos da coelha são mais estreitos,
Mas dois coelhos correndo lado a lado junto ao chão, não se pode distinguir
E assim quem poderia dizer se eu era um rapaz ou uma garota?”

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

O Segredo da Sakura



Vinha me perguntando esses dias como escreveria esse post de forma interessante e informativa, pensei, pensei, adiei uns 3 dias, mas cheguei a conclusão de que tentaria ao máximo expor meus sentimentos com relação ao assunto, assim como tentaria trazer informação nova a respeito com as minhas próprias palavras. O motivo de tanta reflexão é exatamente aquele que me fez batizar o blog com seu nome: as flores de cerejeira, ou sakura, como são chamadas no Japão.

Não sei bem quando minha paixão começou, mas simplesmente em algum dia, desses como qualquer outro vi uma expressão diferente de beleza, uma figura frágil com braços pequenos, mas que ostenta troncos fortes e de vida longa. Provavelmente está diretamente ligada a minha recente adoração pela primavera, onde tudo é símbolo de vida e as cores pintam as ruas como nas músicas, tudo fica colorido e passa a impressão de alegria. Foi admirando cenários de tardes primaveris que descobri meu fascínio pelas cerejeiras e busquei cada vez mais informações a respeito. Informação essa, que me fez cultivar o sonho de tatuar a árvore em minhas costas.


A começar pelo fato de que elas se misturam ao passado japonês de guerras e samurais, tendo seu significado no código Bushido (Código do samurai). Julgada a maior manifestação de beleza japonesa, sua efemeridade é vista como a perfeita morte para um guerreiro, tendo suas pétalas espalhadas pelo vento, aceitando assim, a transitoriedade da vida. “Este é um bom dia para morrer”, já dizia o lema do samurai.

Fazendo um paralelo com a “Rosa de Hiroshima”, esse mito de que acima das guerras, mesmo sanguinárias e atrozes, nascem um vestígio de beleza rara para nos lembrar as almas ternas que lhes foram alimentadas. É como no exemplo fictício de “E o vento levou”, onde a terra de Tara conta a estória da guerra. Ficando a árvore de pé. Particularmente, gosto de imaginar que de onde veio sangue hoje reina o rosa, a mistura do vermelho com o branco. 


A visão chinesa, entretanto, aborda a expressividade feminina e a sexualidade. Uma personificação do amor, que gera frutos de rubro intenso e maduro. O suco de cereja madura é freqüentemente comparado ao gosto do amor. Na aparência, o fruto lembra os lábios de amante, que ao serem mordidos, dão a impressão de sangramento. Há muito tempo o fruto da cerejeira é ligado ao erotismo, assim como a perda da inocência.

Na índia, a cerejeira é vista como árvore sagrada, dando sorte à família que a tiver cultivada em seu quintal.

Além de todas as crenças, gosto de imaginar que, mesmo parecendo frágil, ela é sustentada por troncos fortes, tendo alicerces, e sua real natureza é transcendental, assim como a estória de sua terra e seu povo. O tesouro do Oriente, guardando os segredos de uma estória completamente diferente e que o Ocidente jamais viu igual.