Vinha me perguntando esses dias
como escreveria esse post de forma interessante e informativa, pensei, pensei,
adiei uns 3 dias, mas cheguei a conclusão de que tentaria ao máximo expor meus
sentimentos com relação ao assunto, assim como tentaria trazer informação nova
a respeito com as minhas próprias palavras. O motivo de tanta reflexão é
exatamente aquele que me fez batizar o blog com seu nome: as flores de
cerejeira, ou sakura, como são chamadas no Japão.
Não sei bem quando minha paixão
começou, mas simplesmente em algum dia, desses como qualquer outro vi uma
expressão diferente de beleza, uma figura frágil com braços pequenos, mas que
ostenta troncos fortes e de vida longa. Provavelmente está diretamente ligada a
minha recente adoração pela primavera, onde tudo é símbolo de vida e as cores
pintam as ruas como nas músicas, tudo fica colorido e passa a impressão de
alegria. Foi admirando cenários de tardes primaveris que descobri meu fascínio
pelas cerejeiras e busquei cada vez mais informações a respeito. Informação essa, que me fez
cultivar o sonho de tatuar a árvore em minhas costas.
A começar pelo fato de que elas
se misturam ao passado japonês de guerras e samurais, tendo seu significado no
código Bushido (Código do samurai). Julgada a maior manifestação de beleza
japonesa, sua efemeridade é vista como a perfeita morte para um guerreiro,
tendo suas pétalas espalhadas pelo vento, aceitando assim, a transitoriedade da
vida. “Este é um bom dia para morrer”, já dizia o lema do samurai.
Fazendo um paralelo com a “Rosa
de Hiroshima”, esse mito de que acima das guerras, mesmo sanguinárias e atrozes,
nascem um vestígio de beleza rara para nos lembrar as almas ternas que lhes
foram alimentadas. É como no exemplo fictício de “E o vento levou”, onde a
terra de Tara conta a estória da guerra. Ficando a árvore de pé. Particularmente,
gosto de imaginar que de onde veio sangue hoje reina o rosa, a mistura do vermelho
com o branco.
A visão chinesa, entretanto, aborda
a expressividade feminina e a sexualidade. Uma personificação do amor, que gera
frutos de rubro intenso e maduro. O suco de cereja madura é freqüentemente
comparado ao gosto do amor. Na aparência, o fruto lembra os lábios de amante,
que ao serem mordidos, dão a impressão de sangramento. Há muito tempo o fruto
da cerejeira é ligado ao erotismo, assim como a perda da inocência.
Na índia, a cerejeira é vista como
árvore sagrada, dando sorte à família que a tiver cultivada em seu quintal.
Além de todas as crenças, gosto
de imaginar que, mesmo parecendo frágil, ela é sustentada por troncos fortes,
tendo alicerces, e sua real natureza é transcendental, assim como a estória de
sua terra e seu povo. O tesouro do Oriente, guardando os segredos de uma
estória completamente diferente e que o Ocidente jamais viu igual.
tbm... sou apaixonada pelas cerejeiras e vou tatuar ramos e flores nas minhas costas! perfeiita! adorei o texto tbm! bjs
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