segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

O Segredo da Sakura



Vinha me perguntando esses dias como escreveria esse post de forma interessante e informativa, pensei, pensei, adiei uns 3 dias, mas cheguei a conclusão de que tentaria ao máximo expor meus sentimentos com relação ao assunto, assim como tentaria trazer informação nova a respeito com as minhas próprias palavras. O motivo de tanta reflexão é exatamente aquele que me fez batizar o blog com seu nome: as flores de cerejeira, ou sakura, como são chamadas no Japão.

Não sei bem quando minha paixão começou, mas simplesmente em algum dia, desses como qualquer outro vi uma expressão diferente de beleza, uma figura frágil com braços pequenos, mas que ostenta troncos fortes e de vida longa. Provavelmente está diretamente ligada a minha recente adoração pela primavera, onde tudo é símbolo de vida e as cores pintam as ruas como nas músicas, tudo fica colorido e passa a impressão de alegria. Foi admirando cenários de tardes primaveris que descobri meu fascínio pelas cerejeiras e busquei cada vez mais informações a respeito. Informação essa, que me fez cultivar o sonho de tatuar a árvore em minhas costas.


A começar pelo fato de que elas se misturam ao passado japonês de guerras e samurais, tendo seu significado no código Bushido (Código do samurai). Julgada a maior manifestação de beleza japonesa, sua efemeridade é vista como a perfeita morte para um guerreiro, tendo suas pétalas espalhadas pelo vento, aceitando assim, a transitoriedade da vida. “Este é um bom dia para morrer”, já dizia o lema do samurai.

Fazendo um paralelo com a “Rosa de Hiroshima”, esse mito de que acima das guerras, mesmo sanguinárias e atrozes, nascem um vestígio de beleza rara para nos lembrar as almas ternas que lhes foram alimentadas. É como no exemplo fictício de “E o vento levou”, onde a terra de Tara conta a estória da guerra. Ficando a árvore de pé. Particularmente, gosto de imaginar que de onde veio sangue hoje reina o rosa, a mistura do vermelho com o branco. 


A visão chinesa, entretanto, aborda a expressividade feminina e a sexualidade. Uma personificação do amor, que gera frutos de rubro intenso e maduro. O suco de cereja madura é freqüentemente comparado ao gosto do amor. Na aparência, o fruto lembra os lábios de amante, que ao serem mordidos, dão a impressão de sangramento. Há muito tempo o fruto da cerejeira é ligado ao erotismo, assim como a perda da inocência.

Na índia, a cerejeira é vista como árvore sagrada, dando sorte à família que a tiver cultivada em seu quintal.

Além de todas as crenças, gosto de imaginar que, mesmo parecendo frágil, ela é sustentada por troncos fortes, tendo alicerces, e sua real natureza é transcendental, assim como a estória de sua terra e seu povo. O tesouro do Oriente, guardando os segredos de uma estória completamente diferente e que o Ocidente jamais viu igual.




1 comentários:

  1. tbm... sou apaixonada pelas cerejeiras e vou tatuar ramos e flores nas minhas costas! perfeiita! adorei o texto tbm! bjs

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